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sábado, 19 de julho de 2014

Como trabalhar com Teatro em Ciências Sociais

COMO TRABALHAR COM TEATRO NO ENSINO ESCOLAR DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA.

Considerações Iniciais
O trabalho docente se encontra a cada momento mais complexo e dificultado. Perto dos estímulos diversos que nossos alunos podem ter acesso através dos inúmeros recursos tecnológicos atualmente existentes, por maior que seja nosso empenho docente possa repercutir favoravelmente no processo de aprendizado, os interesses daqueles com os quais temos trabalhado vão para muito além de uma aula discursiva ou mesmo de um procedimento dialógico. Precisamos então, buscar recursos que aproximem nossas aulas das vivências e interesses do nosso grupo de alunos. Penso que um recurso de muita valia para o processo de todo e qualquer aprendizado, seja o teatro. Não necessitamos de grandes figurinos, tampouco de histórias com enredos voltados aos nossos propósitos, simplesmente precisamos explorar nossa própria criatividade e a de nossos alunos.
O ponto inicial a trazido a tona é aquilo que queremos enfocar em nosso projeto de trabalho. A sugestão é que se traga diversos enredos para que deles surja o que melhor irá compor o que o grupo necessita ou deseja ser desenvolvido na montagem teatral. Também se pode trabalhar com fantoches, isto se o grupo demonstrar-se tímido em atuar perante os demais colegas.

A Escolha do Roteiro
A importância do roteiro para o ensino, através da arte teatral é fundamental, pois a partir dele que surgirão os questionamentos, as diversas interpretações dos fatos nele descritos. Também, posterior a execução do processo, propriamente dito, se o roteiro escolhido assim se prestar poderão ocorrer, ainda muitos estudos sobre assuntos nele tratados. Sendo assim, procure optar por buscar roteiros que sejam interessantes ao seu grupo de alunos e que possam ser por eles compreendidos. Dê oportunidade aos alunos conheçam os roteiros pretendidos e democraticamente possam optar por um ou outro. Após feita a escolha do roteiro, o próximo passo é contextualizar os alunos em relação ao ambiente, tempo e espaço em que ocorrem os fatos da narrativa. Em anexo , sugerimos alguns roteiros, que se adaptam as fases distintas de maturidade dos alunos.

Montando o contexto:
Definido o tema a ser teatralizado, o professor precisa compor um texto, que pode ter sugestões dos alunos, que favoreça ao que ele propõe que eles, absorvam do processo que será desenvolvido pela história a ser encenada. Claro que neste meio de aprendizado, um pouco mais de trabalho, disposição e criatividade terá que ser empregado. Sem falar, que somente a desacomodação de transpor do que já estamos acostumados para um novo procedimento, causará certo medo que a novidade não seja bem vinda, tanto pelos alunos quanto pela direção ou pelos colegas de trabalho. Certos que a proposta é boa para o grupo, montado o texto ou a adaptação dele, conhecendo nossos alunos, podemos distribuir os personagens que mais forem atraentes a cada um. Os ensaios são um dos mais importantes momentos do processo. É onde o professor poderá orientar, analisar, auxiliar na composição dos personagens, como também, propor debates sobre como este ou aquele fato deve ser visualizado no contexto geral da história.

CONSTRUÇÂO DO MÉTODO:
Laboratório – Para melhor ambientar os alunos aos personagens e a própria história, é bom que seja trabalhado com o grupo o que em termos teatrais chamamos de ”Laboratório”. Este tipo de trabalho consiste em uma pesquisa dos atuadores sobre o tempo, o espaço, a cultura, a linguagem entre outros pontos do contexto do roteiro escolhido.
Cenário – Na confecção e organização do cenário de atuação é essencial que haja a participação de todo o grupo de alunos, mesmo aqueles que por serem mais retraídos não optarem por atuar, aqui podem contribuir com alguma habilidade em particular, como artefatos decorativos, figurinos, ambientação natural, utensílios necessários para melhor ilustrar aquilo que quer ser representado.
Maquiagem Teatral – Diferente do tipo de maquiagem habitual em que prevalece seu uso para melhorar a imagem das pessoas, a maquiagem teatral, algumas vezes poderá se prestar a deixar a pessoa com aparência mais madura ou piorar sua imagem para provocar algum tipo de emoção no público que assistirá a representação da história. Aqui também poderão ser utilizadas as habilidades daqueles alunos que gostam de desenhar ou tem dom especial para artes visuais, que geralmente se mostram excelentes maquiadores para o fim teatral.
Figurinos - Outro ponto que pode contar também com a participação efetiva dos alunos é para compor os figurinos. Solicite que eles tragam o que pensam ser aproveitável e tente fazer com que reflitam sobre como pode ser o personagem que irão representar.

Aporte Teórico
Vygotsky, teórico cuja teoria serviu de embasamento para os pensamentos propostos por Slade e Reverbel, era teatrólogo, psicólogo e professor formado em filosofia, literatura e artes. Para ele, o desenvolvimento do pensamento e da linguagem era possível somente através da “inteorização” da cultura, que a criança realizava muito por meio de brincadeiras de “faz-de-conta” e imitações – tais como as proporcionadas por atividades teatrais. O teatro permite que a criança se movimente, expanda, teste, descarte e expresse tudo o que observa na sociedade. Vygotsky (1896-1934). Essa capacidade de aprendizagem implícita da criança, essa psicologia de aprendizagem, que possibilita, portanto, uma aproximação entre o teatro e a psicologia. A criança possui o potencial de aprender bem pelo teatro, o professor possibilita o desenvolvimento desse potencial ao organizar o meio de modo a provocar o interesse da criança, que vai agir e, conseqüentemente, aprender – uma vez que é a atividade do sujeito no mundo que lhe possibilita a apropriação da cultura e do conhecimento.
“O teatro usa a linguagem verbal e corporal, a memorização, a atenção, também a organiza¬ção espacial. Todas exigem a interação social e fazem parte da cultura. Todas implicam a mobilização de aspectos cognitivos, afetivos, sociais e motores dos sujeitos; implicam ainda em aprendizagens, exercício repetitivo, construção de conhecimento.” OLIVEIRA & STOLTZ, 2010.

Em outro trabalho que analisa a essencial utilização do teatro como suporte do aprendizado pedagógico o autor Manoel de Lemos Barros Neto nos traz uma análise de como a representação teatral afeta o emocional infantil:
“Assistindo ao teatro ou participando do processo teatral a criança fantasia e deste modo faz projeções, e estas jorram do seu inconsciente. Aqui percebemos a grande função do teatro infantil: servir as necessidades inconscientes da criança.” BARROS, 1983.


CULMINÂNCIA
No momento escolhido pelo grupo para a representação do enredo teatral trabalhado, procure deixar com que os alunos se sintam tranqüilos.Não demonstre ansiedade excessiva. Não cobre deles perfeição, lembre-se que são aprendizes e você também. Utilize conselhos como: “Não se preocupe se não lembrar perfeitamente do texto, se conseguir passar a idéia é o mais importante” ou “tenho certeza que darão conta de contar esta história com interpretações brilhantes.” Outro fator essencial é não deixar que nenhum aluno sinta-se pouco prestigiado pela obra do grupo, Procure estabelecer responsabilidades a todos. Tudo pronto? Agora são somente os aplausos que certamente virão...

AVALIAÇÂO:
Depois do trabalho divulgado é imprescindível que seja feita uma avaliação pelo grupo. As questões que podem ser sugeridas são como:
1) Durante o processo de atuação ou mesmo nos ensaios como você se sentiu?
2) O que aprenderam a partir de nossa representação?
3) O que para você foi mais complicado neste meio de trabalho?
4) O que você pode levar disto para a sua vida cotidiana?
E o que mais surgir dependendo das reflexões feitas com o grupo de trabalho e da efetiva integração com o professor que sugere a proposta.

CONCLUSÕES PRELIMINARES
As conclusões que podem advir do processo de construção de conhecimento através das montagens teatrais podem vir a ser surpreendentes. Ao analisar o quanto seus alunos assimilaram do tema tratado, a tendência é de que os índices sejam bem superiores ao sistema tradicional e conteudista. Além dos temas de currículo, os sujeitos envolvidos irão ter oportunidade de desenvolver a oratória, desinibição, sociabilização e integração. A partir deste movimento de busca de aprendizado o aluno poderá ter melhores condições de refletir sobre suas escolhas e opções de vida, construindo seu conhecimento como sujeito atuante de sua própria história.
“ A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isto, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos!” Charles Chaplin.



RERERÊNCIAIS:
 http://www.frase.co/sobre/teatro, acessado em 14/06/2014.
 OLIVEIRA, E. M.; STOLTZ, T. Teatro na escola: considerações a partir de Vygotsky. Curitiba 2010.
 BARROS, Manoel de Lemos, Psicanálise do Teatro Infantil. Traço editora, São Paulo – SP, 1983.
 VYGOTSKY, L. S. Psicologia da arte. Editora Martins Fontes,São Paulo. (1896-1934).
 http://www.recantodasletras.com.br/roteirosdeteatro/:2001.(roteiros), acessado em 09/06/2014.



Um comentário:

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