Por Gisèlle Freitas Cardoso
Professor Pércio Davies Schmitz
A Educação
está em constante transformação e neste contexto tornam-se comuns divergências
de ideias em relação ao ato de ensinar. No percurso da história da Educação
podemos perceber que mesmo entre os primeiros “ditos” educadores havia
diferenças na forma como concebiam a educação e de como e o que deveria ser
ensinado. Ao analisarmos estes educadores e relacioná-los aos atuais evidencia-se
que as práticas educacionais estão diretamente ligadas ao entendimento que se
tem de Educação, a que ela destina-se e qual o impacto que ela produz na
sociedade.
Temos
professores que recebem para apenas transmitir conhecimento, enxergam o aluno
como depósito de conteúdos e ensinam de acordo com um currículo previamente
elaborado, desconsiderando a bagagem cultural e pessoal de cada aluno. Para
eles o aluno é um ser passivo em sala de aula e dizem que somente o
conhecimento o levará ao progresso e a ascensão social. Estes professores não
diferem muito dos Sofistas que, sendo professores ambulantes na Grécia Antiga,
possuíam um método de ensino no qual eram detentores do saber, cobravam um
preço para garantir o conhecimento e afirmavam que ensinando retórica (arte do
falar bem) e heurística (arte da argumentação) seus discípulos atingiriam o
sucesso.
Por outro
lado, há também educadores preocupados com as especificidades do educando, com
a construção de sujeitos críticos que busquem o conhecimento, considerando-os
como participantes ativos de seu aprendizado e do grupo. Através do diálogo,
orienta-os que esta sabedoria os levará a evolução pessoal e os tornará seres
socialmente atuantes. Estes aproximam-se das ideias de Sócrates, filósofo que
contrapunha os Sofistas, buscando a verdade e incitando seus discípulos a
descobrí-la, defendendo o autoconhecimento e o diálogo como instrumento para a
construção de novas ideias e para a descoberta da verdade em cada um.
Em nossa
sociedade moderna as raízes da discussão a respeito de educação permanecem pois
ainda não há consenso entre os educadores e embora acreditemos que devemos
priorizar uma educação de qualidade que possibilite o pleno desenvolvimento de
nossas crianças, para muitos a preparação para o mercado de trabalho deve ser
priorizada. Somos muitas vezes obrigados a reproduzir modelos formando apenas sujeitos
suscetíveis à alienação, tornando-se massa de manobra e incapazes de
posicionarem-se ou de opinarem criticamente frente aos acontecimentos. A formação de seres autores de sua história e
da história da sociedade deve ser nossa meta, pois assim garantiremos o
progresso coletivo e não somente o individual.
Colega, que belo texto, quanto mais leio as publicações de vcs, mais me impressiono. Estou rodeada de pessoas inteligentes, coerentes em seus prepósitos e atitudes, Gisèlle em uma das aulas a Nídia me disse que gostaria que eu fosse professora dos filhos dela. Hoje eu gostaria muito que tu fosses,não só professora do meu filho, mas de muitos outros professores que precisam saber o que significa "nossa meta" e " garantir o progresso coletivo" como tu mesma diz. Vou aprender muito contigo...
ResponderExcluirCris,fiquei emocionada com tuas belas palavras!Acho que todas nós, que estamos procurando atualização e aprendizado, sabemos que nossa meta vai muito além de ensinar conteúdos.Nesses poucos meses juntas, aprendi muito contigo e espero estar ao teu lado durante todo curso para que possamos trocar e aprender uma com a outra.
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