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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

RELATÓRIO DE PRÁTICA DOCENTE

                      Por Aline Brendel e Juliana Polano

                        A atividade a ser descrita foi realizada com o intuito de testar o vocabulário de diferentes alunos da rede pública de ensino básico. Foram apresentadas palavras conhecidas, contidas na música “A casa”, do compositor Vinícius de Moraes, para que as crianças se utilizassem de sinônimos para as palavras destacadas.

A CASA
Vinícius de Moraes


Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque pinico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na rua dos bobos
Número zero”



                        Em um primeiro momento, a atividade foi realizada com o coletivo, onde os alunos do quarto ano do ensino fundamental, com idades entre nove e quinze anos, foram questionados se conheciam a canção. Alguns estavam previamente familiarizados, relacionando a uma canção infantil, outros foram lembrando-se conforme iam cantarolando. Após, estes foram contextualizados a realidade desta composição e suas características, quando já estavam estimulados ao exercício, ouviu- se a música, acompanhando a letra através de leitura.
                        Durante proposta de troca das palavras, pareceu fácil a eles, pois relacionaram com outras expressões também populares, mas ao serem exigidos de maior raciocínio, diminuiu o fluxo de participação e a grande apresentação de gírias que eram do conhecimento de todos.
                        Este trabalho foi proposto também para uma turma de segundo ano, com idades entre 8 e 10 anos. Num primeiro momento foi-lhes apresentado a canção, logo após os alunos aprenderam a cantá-la, o que foi surpreendente de constatar é que esses alunos não conheciam a música ou não interagiam por vergonha/medo.
                        Em seguida os alunos foram estímulados a trocarem a palavra casa por um sinônimo, levaram mais de quarenta segundos para perceberem que a palavra poderia ser trocada por casarão. Sendo assim, cantarolaram a música por duas vezes, depois foram trocando todas as outras palavras solicitadas e o interessante é que não se preocupavam com o rítmo da canção ou a leitura da mesma, apenas acrescentavam ao fim da palavra solicitada o encontro vocálico ão.
                        Ao realizar tal atividade percebe-se como a introdução da oralidade constante é necessária, pois os alunos que estão nas escolas teem um vocabulário muito pobre, fato esse que deve-se  ao único estímulo que essas crianças  recebem em suas casas: a televisão, o computador e o video game. Não há mais nas residências um diálogo constante, às vezes por falta de tempo e outras por falta de vontade, essa lacuna ao qual as crianças estão expostas diariamente acaba prejudicando o seu desempenho em aula, bem como a compreensão de muitas atividades escolares.
          Segundo Wolf et al ( 2009): “A reflexão parte do pressuposto de que as bases pragmática, semântica, morfológica e fonológica da linguagem trabalhadas na oralidade favorecem o processamento da leitura e escritura, na medida em que incentivam o desenvolvimento da consciência linguística.”
            Cabe então ao professor estimular a leitura, levar para a sala de aula novidades, proporcionar momentos de descobertas e desafios,para que esses alunos desenvolvam melhor a sua linguagem e a sua escrita. Não adianta cobrar bons textos e uma fala correta, se não for apresentado-lhes meios de evoluir nesses aspectos.

Considerações Finais

            À partir do desenvolvimento dessa atividade constatou-se que o papel do professor do século XXI vai além de repassar conteúdos. Ele precisa estímular o aluno, instigá-lo a querer mais, despertar nessa criança o prazer pela leitura e fazê-la acreditar que pode conquistar o seu espaço na sociedade, bastanto saber  comunicar-se fluentemente.
                Fica registrato então, nesse pequeno texto, que as práticas docentes devem permear novos horizontes e cabe aos professores desta sociedade tão inovadora e tão tecnológica , trazer aos alunos conhecimentos antigos, como : diálogos, contos,  histórias de fada e canções infantis . Coisas que se perderam conforme a evolução da sociedade e que deve-se urgentemente ser  resgatada, para que os alunos aprendam a ser seres humanos e não apenas máquinas reprodutoras.


WOLF, Clarice Lehnen; NAZARI, Gracielle Tamiosso. A importância da oralidade no processo de alfabetização. Revista Digital do PPGL, Vol. 2, No 1 (2009) .


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